O presidente afastado da Vale, Fábio Schvartsman, não foi à reunião da CPI da tragédia Brumadinho na manhã desta quinta-feira na Assembleia Legislativa. No dia 30 de maio, ele conseguiu na Justiça um habeas corpus que o dispensou da obrigatoriedade de comparecimento. Os advogados do executivo afirmam que ele já colabora com as investigações e já falou a diversas instâncias.
Os deputados ouviram nesta quinta os depoimentos do especialista na construção de barragens Paulo Teixeira da Cruz e do arquiteto e urbanista Paulo Masson, responsável por um estudo de geomonitoramento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após o rompimento.
De acordo com o deputado André Quintão (PT), relator da CPI, a Vale foi irresponsável em não adotar medidas preventivas pré-rompimento e o silêncio da empresa é mais um sinal de omissão. “Existe aquele ditado ‘quem não deve, não teme’. A ausência de Fábio Schvartsman e também a estratégia de blindagem dos escalões superiores revelam uma intencionalidade da Vale em não responder às suas responsabilidades no rompimento da barragem”.
Quintão afirma ainda que, com todos os depoimentos recolhidos e laudos feitos, a conclusão é de que a liquefação – acúmulo de líquidos –, seja a causa principal do rompimento.
Schvartsman pediu afastamento temporário da mineradora no dia 2 de março deste ano.