Minas tem praticamente metade dos delegados que precisa. O déficit é de 908 profissionais para atuar tanto em Belo Horizonte (BH) quanto no interior. O saldo negativo coloca o Estado na pior colocação no país, onde faltam 6.200. Os dados constam em relatório da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil (Fendepol), com apoio do sindicato local (Sindepominas).
A situação, segundo as associações, compromete a agilidade na conclusão de inquéritos. Também pode resultar em maior tempo de espera para prestar queixas e em transtornos devido ao deslocamento das vítimas. Especialistas em segurança acrescentam que o cenário aumenta a impunidade. Já a Polícia Civil admite que 20 comarcas não têm os agentes, mas rebate as críticas, garantindo não haver prejuízos à população e ao andamento dos trabalhos. “São mais de 200 municípios sem delegados”, assegura o presidente da federação nacional, Rodolfo Queiroz Laterza.
Para atender os 853 municípios seriam necessários 1.987 delegados. O cálculo leva em consideração uma série de fatores, como o volume de ocorrências e a complexidade dos processos. O efetivo atual, porém, é de 1.079 profissionais, segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia de Minas.
Presidente do Sindepominas, Marco Antônio de Paula Assis diz que o Estado não tem dinheiro para suprir o déficit. “Temos um concurso em andamento. No mês passado, o governo nomeou novos delegados, mas 182 foram aprovados”.