Três policiais filipinos foram condenados nesta quinta-feira (28) a duras penas de prisão pelo assassinato de um adolescente em 2017. Essa é a primeira sentença imposta a funcionários das forças de segurança envolvidos na violenta “guerra às drogas” do presidente Rodrigo Duterte.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O chefe de Estado, eleito em 2016 com a promessa de erradicar o tráfico de drogas no arquipélago, defende quase de modo sistemático os policiais que executam sua campanha contra os narcóticos, rebatendo os que acusam os agentes de graves violações dos direitos humanos.
Mas isto não aconteceu após o assassinato de Kian delos Santos, com dois tiros na cabeça, em agosto de 2017. O crime motivou protestos contra a “guerra às drogas”.
A morte do adolescente, de 17 anos, filho de um vendedor ambulante e de uma empregada doméstica imigrante, foi manchete em toda a imprensa e provocou indignação entre os filipinos.
A polícia acusou o jovem de ser um traficante de drogas que abriu fogo contra agentes durante uma operação. Mas as imagens das câmeras de segurança mostraram dois policiais prendendo o jovem, que não estava armado.
A família da vítima não conteve as lágrimas nesta quinta-feira quando um tribunal da zona norte de Manila anunciou a condenação dos três policiais à prisão perpétua, com o cumprimento mínimo obrigatório de 20 anos da pena.
Desde que Duterte chegou ao poder, a polícia afirma que matou quase 5 mil pessoas em operações de combate às drogas. As organizações de defesa dos direitos humanos consideram que o balanço real é três vezes superior e que a campanha poderia ser considerada um crime contra a humanidade.
Os críticos da campanha antidrogas de Duterte elogiaram a decisão desta quinta-feira.