Não poderia ser com menos do que ‘sangue no olho’ que o Sada Cruzeiro entraria na final da Superliga Masculina. A virada sobre o Taubaté nas semifinais, quando venceu três jogos seguidos, fez o time renascer das cinzas para chegar com tudo no momento mais importante do torneio nacional contra o Sesi-SP. Neste sábado, o ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (SP), recebeu o primeiro de dois jogos da decisão, que viu os mineiros saírem na frente com placar de 3 a 2 (25/23, 27/25, 26/24, 22/25 e 15/12). As parciais, quase todas elas definidas em vantagem mínima, mostraram o equilíbrio que forçou os dois times a apresentarem o seu melhor, premiando a torcida com um jogo digno de final.O troféu Viva Vôlei foi para o levantador Uriarte.
O encontro de volta acontece no próximo domingo, às 9h10, no ginásio do Mineirinho, em Belo Horizonte. O Sada Cruzeiro garante o hexa com mais um triunfo. Ao Sesi, só interessa a vitória para forçar o golden set.
Todo o incômodo causado nos dias anteriores, com a chance do ponta Leal ser condenado, só serviram para fazer o time cruzeirense entrar com um apetite ainda maior para sair na frente. O cubano naturalizado brasileiro parecia ‘mordido’ e fez questão de descontar todo o desconforto recente nas bolas que recebia do levantador Uriarte.
Leal deu muito trabalho para o bloqueio paulista, que teve dificuldade de parar seus ataques, fossem eles na rede ou pelo fundo. Nos saques, o Sada teve altos e baixos que impediram uma melhor sequência do jogo. Diante de 10.019 pessoas, o time azul foi premiado com uma boa atuação também do seu paredão, que tocou em várias bolas para gerar contra-ataques.
O Sesi-SP, mesmo atrás do placar em muitos momentos, não deixou de lado a boa postura tática que incomodou os favoritos do começo ao fim. O Sada Cruzeiro foi forçado, a todo momento, a jogar no seu melhor nível para tentar superar um adversário que cresceu na reta final da Superliga e mostrou porque está presente na decisão.
Sada se virou bem diante de adversário bem postado
A missão do Sesi de jogar as bolas pra cima na recepção não foi bem cumprida no início do jogo. O 11 a 4 com poucos minutos de partida mostrou o ritmo imposto pelos visitantes na primeira parcial.
Dadas as cartas celestes, o time conseguiu jogar o adversário nas cordas, mas foi castigado pela queda de ritmo na segunda metade do set, quando Rodriguinho entrou no lugar de Filipe para melhorar o passe. Bastou o Sesi diminuir seus erros para conseguir abaixar a diferença para dois pontos antes do empate aparecer no 19 a 19. Foi sendo preciso nos momentos de definição que os cruzeirenses conseguiram não ser surpreendidos para sair na frente.
O Sada voltou para o segundo set mantendo Rodriguinho na ponta. Desta vez, o Sesi não permitiu que grandes vantagens fossem abertas, sabendo que a missão podia ficar mais complicada logo adiante. Mesmo com o adversário na cola, o Cruzeiro seguiu com a dianteira no placar, tentando usar o saque como arma para fazer o 2 a 0.
Assim como no set de abertura, o Sesi precisou mostrar poder de reação para empatar o jogo nos 17 pontos após um 16 a 12. No 19 a 18, os donos da casa passaram na frente para novos momentos de tensão aparecerem. A troca de pontos foi até depois dos 25 pontos, quando o empate apareceu para explosão do ginásio colorido de vermelho.
O terceiro set foi mais parelho com trocas de pontos aparecendo já nos primeiros instantes. O side out funcionava bem dos dois lados e foram responsáveis por uma parcial parelha. Na reta final, o Sesi abriu um 20 a 18 antes do empate vir nos 22 pontos. Sendo obrigado a não errar em momento crucial, o Cruzeiro contou com a relação saque-bloqueio para retomar a frente no jogo.
A insistência do Sesi seguiu dando trabalho para os mineiros no quarto set. Agora foi a vez dos paulistas começarem na frente, aproveitando erros cruzeirenses, que custavam caro para deixar o rival ainda mais na frente. O 15 a 11 aberto pelo Sesi jogou a pressão para o outro lado, que precisaria ser quase perfeito para voltar para jogo. O empate suado veio nos 18 pontos, contando com o saque encaixado para encaminhar a igualdade.
Com os pequenos detalhes podendo fazer grande diferença neste momento do jogo, a pressão foi grande para os dois lados. Foi em boa passagem de Alan pelo saque que o Sada Cruzeiro foi encurralado, forçando o tie-break.
O ‘eu acredito’ entoado pela torcida do Sesi, logo no começo do quinto set, mostrava que a coisa não era favorável para os donos da casa. O 4 a 1 veio com saques e bloqueios eficientes, que aumentaram a pressão para os paulistas.
Quando mais precisava fazer seu saque funcionar, o Sesi errou em sequência no fundamento, dando pontos de graça para os celestes. Novamente, o time paulista precisou buscar forças de onde não se esperava para virar o jogo no 9 a 8 depois de estar atrás no 8 a 4.
Com os donos da casa de volta ao jogo, o Sada Cruzeiro não se permitiu mais altos e baixos, sabendo que poderia ser castigado. Foi com dois pontos de bloqueio de Uriarte que a coisa azedou de vez para o Sesi ao ver o rival abrir 14 a 11. Precisando apenas de uma virada de bola para confirmar a vitória, o Sada assim o fez para sair na frente e mostrar que se vira bem nos momentos de pressão.