G1 Minas
Agora são 19 os casos de intoxicação por dietilenoglicol notificados pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. De acordo com boletim divulgado nesta sexta-feira (17/01), o registro mais recente aconteceu em Capelinha, na Região do Vale do Jequitinhonha. Quatro pessoas morreram e 15 estão internadas em estado grave.
Ainda segundo o órgão, são 17 homens e duas mulheres que apresentaram os sintomas. Quatro casos de intoxicação por dietilenoglicol foram confirmados e os 15 restantes continuam sob investigação.
Até então chamada de síndrome nefroneural pelas autoridades de saúde, os casos passam a ser denominados, a partir de agora, de intoxicação por dietilenoglicol. A denominação de “síndrome”, segundo a secretaria, era porque não se sabia o que estaria provocando quadros de insuficiência renal e alterações neurológicas nos pacientes.
A Secretaria de Estado de Saúde explicou que apenas a Polícia Civil tem a tecnologia necessária para fazer exames e confirmar com precisão se os pacientes que estão internados foram contaminados pelo dietilenoglicol. Esta seria o motivo apontado pelo órgão para a demora da confirmação dos demais casos.
“É rara a intoxicação por dietilenoglicol. A gente não sabe em relação a sequelas, evolução. Existe a possibilidade de que estes pacientes se recuperem, mas pode ser que também tenham sequelas”, disse a infectologista e diretora do Hospital Eduardo de Menezes Virgínia Antunes de Andrade.
Sintomas
Os sintomas começam a se manifestar nas primeiras 72 horas após a ingestão. Os primeiros sinais de intoxicação por dietilenoglicol são dores abdominais, náuseas e vômitos.
Entre os sintomas estão alterações neurológicas e insuficiência renal. O tratamento é feito no hospital, com monitoração, e tem o etanol como antídoto.
Além disso, os pacientes precisam passar por hemodiálise, para retirada do organismo dietilenoglicol e dos metabólicos produzidos.
Resumo:
- Uma força-tarefa da polícia investiga 18 notificações de pessoas contaminadas após consumir cerveja; quatro morreram;
- Os sintomas da intoxicação incluem náusea, vômito e dor abdominal, que evoluem para insuficiência renal e alterações neurológicas;
- O Ministério da Agricultura identificou 21 lotes de cerveja da Backer contaminados com dietileglicol, um anticongelante tóxico;
- A Backer nega usar o dietilenoglicol na fabricação da cerveja;
- A cervejaria foi interditada, precisou fazer recall e interromper as vendas de todos os lotes produzidos desde outubro;
- Diretora da cervejaria disse que não sabe o que está acontecendo e pediu que clientes não consumam a cerveja
Veja lista das mortes investigadas
- Paschoal Dermatini Filho, de 55 anos. Ele estava internado em Juiz de Fora e morreu em 7 de janeiro. A morte causada por dietilenoglicol foi confirmada
- Antônio Márcio Quintão de Freitas, de 76 anos. Morreu no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte.
- Milton Pires, de 89 anos. Morte confirmada pela SES nesta quinta-feira (16/01). Também morreu no Hospital Mater Dei.
- Maria Augusta de Campos Cordeiro, de 60 anos. A morte havia sido notificada pela Secretaria Municipal de Saúde de Pompéu, mas só foi confirmada pela SES nesta quinta-feira (16/01).