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Era a chance do América ter chegado à liderança do Campeonato Brasileiro, mesmo momentânea. Afinal, o Vasco vinha de uma desclassificação da Libertadores com goleada no meio da semana (4 a 0 para o Cruzeiro) e com turbulência dentro e fora das quatro linhas. Em um segundo tempo pavoroso, que deverá ser esquecido para não ser repetido, mas ser lembrado para corrigir os erros, o América deixou escapar uma vitória que se desenhava pelo que foi apresentado no primeiro tempo..
Mas o Coelho não soube aproveitar a chance de enfrentar um adversário que vinha cabisbaixo e foi goleado em São Januário: 4 a 1 para o Vasco, de virada, pela quarta rodada da Série A. Com o resultado, o time mineiro permaneceu com seis pontos na competição. O Vasco foi a sete.
O jogo. O primeiro tempo não foi de grande qualidade técnica entre as equipes, com muitos erros de passes e o jogo truncado. A tensão dos jogadores vascaínos era nítida, e o Coelho buscava aproveitar disso e tocava a bola de forma mais tranquila. A marcação americana também não dava espaços aos cariocas, que não conseguiam criar as jogadas, apesar de insistir pelo lado direito, com Yago Pikachu e Rafael Galhardo. E foi por esse lado que o time carioca chegou com perigo pela primeira vez. Galhardo cruzou na medida para Thiago Galhardo, que chutou. A bola bateu em Messias e saiu calmamente rente à trave. No lance seguinte, Werley teve boa chance de cabeça, mas jogou por sobre o gol americano.
Mas foi o time mineiro quem balançou as redes. Após cobrança de escanteio, a bola foi tocada para Norberto, que tirou de Thiago Galhardo, mas foi derrubado pelo vascaíno dentro da área. O juiz marcou pênalti. Na cobrança, Rafael Moura deslocou Martín Silva e abriu o placar. Antes do gol, a melhor chance tinha sido com Serginho, que parou na zaga.
O Vasco buscava entrar na área americana, mas era barrado pela boa atuação do sistema defensivo do América. Porém, no fim do primeito tempo, a defesa cochilou duas vezes. Pikachu teve boa chance, mas parou no goleiro mineiro. Aos 44 min, Wellington ficou livre na entrada da área e chutou bem. João Ricardo fez grande defesa. No rebote, a arbitragem marcou impedimento de Andrés Ríos erroneamente.
Falhas defensivas. Se no primeiro tempo o Vasco demorou a chegar ao ataque, na etapa final a situação foi diferente. Retornando com outro espírito, os cariocas quase empataram o jogo logo aos 24 segundos. Após cruzamento na área, a bola bateu na trave em dividida entre Rafael Lima e Thiago Galhardo. Na sequência, Werley pegou a sobra do escanteio e obrigou João Ricardo a fazer outra boa defesa.
A pressão continuava e, dois minutos depois, o time carioca teve outra oportunidade. Rafael cruzou, e Caio Monteiro, livre de marcação, errou o gol na cara da trave.
A intenção do América de ficar mais atrás, encurtar os espaços e sair nos contra-ataques até poderia ter dado certo. Serginho surgiu sozinho no meio e correu para o ataque, mas se atrapalhou ao entrar na área. Aliás, essa foi uma das poucas chegadas do Coelho em todo o segundo tempo ao ataque.
Lá atrás, a defesa americana, que tinha se comportado bem na etapa final, parece que havia perdido o giro no segundo tempo. Aos 10 min, Ríos apareceu dentro da área, mas Juninho travou o atacante vascaíno. A determinação do Vasco teve resultado. Depois de boa jogada de Caio Monteiro pela esquerda, Bruno Cosendey apareceu sozinho na pequena área para empatar aos 11. Três minutos depois, Rafael Galhardo, melhor do Vasco em campo, quase virou em batida de fora da área.
Enderson Moreira tirou Marquinhos e colocou o atacante Capixaba em campo, mas não houve êxito. O time mineiro continuava em estado de inércia em campo. O Vasco aproveitou e, aos 17, aconteceu o que estava se desenhando. Após assistência de Cosendey, Caio Monteiro aproveitou que o sistema defensivo americano parou de novo e apareceu livre na cara de João Ricardo, que nada pôde fazer, virando o jogo para o Vasco: 2 a 1.
Nem o segundo gol acordou o América. Rafael Moura deu lugar ao meia Ruy, mas a situação não melhorou. Pior: aos 33 min, Andrés Ríos desfrutou de boa jogada de Kelvin pela direita e marcou o terceiro, em mais uma falha da zaga, que não acompanhou os adversários.
Aos 45 min, a tampa do caixão americano foi fechada: Kelvin entrou entre os zagueiros e cabeceou por cima de João Ricardo e marcou o quarto gol vascaíno.
No fim ficou a lição: se jogar nas outras partidas como foi no segundo tempo, o América terá muitas dificuldades na competição. “Erramos muito no segundo tempo. Temos que assumir as nossas responsabilidades. Quando se vence não está tudo certo, mas quando se perde, também não está tudo errado. Temos que reconhecer que não fizemos bom segundo tempo e focar na próxima partida”, disse o zagueiro Rafel Lima.
