BRASÍLIA. Poucos dias após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciar que a taxa de desemprego no país teve pequena alta e fechou o trimestre encerrado em janeiro em 12,2%, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, mostram que o Brasil registrou a criação de 77.822 vagas com carteira assinada em janeiro, o melhor resultado para o mês desde 2012,quando foram criados 118,9 mil postos.
Pode parecer estranho, mas a explicação é simples: nos cálculos do IBGE, que apurou queda de 1,7% no emprego formal em janeiro, entram também o aumento no número de trabalhadores por conta própria e daqueles sem carteira assinada, que não são considerados pelo Caged.
O dado inclui os contratos firmados já sob as novas modalidades previstas na reforma trabalhista, como a jornada intermitente e jornada parcial. Com esse resultado, mais os ajustes feitos em meses anteriores, que incorporam declarações de contratação ou demissão feitas fora do prazo, o saldo do Caged em 12 meses ficou positivo após três anos de fechamento de postos com carteira de trabalho. São 83,5 mil vagas geradas entre fevereiro de 2017 e o mês passado.
Setores. A indústria de transformação foi o destaque positivo, ao gerar 49,5 mil vagas formais em janeiro. Já os serviços abriram 46.544 postos com carteira assinada no período. Juntos, os dois setores comandaram as contratações no primeiro mês do ano. A agricultura, que costuma ter admissões nesse período de safra, registrou contratação de 15,63 mil.
A construção civil, um dos setores mais devastados pela crise econômica, também começou 2018 com contratações e o saldo da atividade ficou positivo em 14,98 mil novos postos.
Mas o saldo acabou sendo afetado pelas demissões no comércio, que nesse período costuma fazer ajustes após as vendas de fim de ano. A atividade fechou 48.747 postos com carteira assinada. Também demitiram a administração pública (-802) e o setor de extração mineral (-351).
Calçados. Na indústria de transformação, que abriu 49,5 mil vagas formais, os destaques foram os setores calçadista (11,1 mil empregos), têxtil (8.200) e metalúrgica (5.500).
Salário médio de admissão cresce 1,33%
O salário médio de admissão no mercado de trabalho formal registrou aumento real de 1,33% em janeiro de 2018 ante igual mês de 2017, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O avanço é observado em todas as atividades, à exceção da administração pública. Apesar do ganho acima da inflação nas contratações, o salário de admissão ficou abaixo da remuneração dos trabalhadores que foram demitidos no primeiro mês do ano passado.