Alvos de constantes polêmicas e críticas da opinião pública, as pensões vitalícias e o Bolsa Família são benefícios concedidos a parcelas totalmente opostas da população do ponto de vista da renda. Quando colocadas sob a ótica do eleitorado mineiro, a primeira vantagem é rejeitada por ampla maioria, enquanto a segunda divide a opinião dos entrevistados da pesquisa Minas no Brasil de 2018 para o jornal O TEMPO. O projeto é mensal e trata de temas de interesse público para ajudar a pautar o debate das eleições deste ano.
O Estado brasileiro paga pensões vitalícias, ou seja, por toda a vida, para filhas solteiras de militares admitidos antes do ano 2.000 nas Forças Armadas. A atriz Maitê Proença, por exemplo, é alvo de diversas críticas por receber, mensalmente, aproximadamente R$ 13 mil do governo de São Paulo. Ela é filha do procurador de Justiça Eduardo Gallo, que morreu em 1989. Maitê recebe a quantia porque nunca se casou no papel. Ela chegou a perder a permissão na Justiça, sob alegação de que vivia em uma união estável, mas conseguiu reverter a decisão.
O grupo Mercadológica, responsável pela pesquisa, questionou os participantes do estudo sobre se concordam com o pagamento dessa pensão. Uma parcela de 85,2% dos entrevistados se posicionou de forma contrária, ante 14,8% favoráveis. Nesse último grupo do levantamento, se destacam como mais favoráveis a pensões vitalícias para filhas solteiras de militares pessoas que têm entre 16 e 34 anos, alcançando o índice de 20,1%.
Divisão. Os entrevistados também foram questionados sobre o Bolsa Família, que é um programa de transferência de renda para aqueles que vivem em situação de pobreza e de extrema pobreza no país. São pagos R$ 85 a famílias com renda mensal de até R$ 85 por pessoa. Sendo que benefícios variáveis do programa podem garantir até R$ 195 para casas com até cinco filhos. De acordo com a Caixa Econômica, em todo o Brasil, cerca de 13,9 milhões de famílias são atendidas.
O grupo de 41,7% dos participantes do estudo declarou que concorda com o pagamento desse benefício. A parcela restante dos ouvidos (58,3%) pelo grupo Mercadológica se divide: 29,2% afirmam que são favoráveis ao Bolsa Família, desde que se tenha um prazo-limite para cessar o recebimento. Essa, inclusive, é a principal crítica que o Bolsa recebe, de que os beneficiários se perpetuam no programa. A pesquisa ainda mostra que outros 29,1% não apoiam o pagamento do benefício.
Programa é bem-visto por jovem
O levantamento constatou ainda que os mais jovens são mais favoráveis ao pagamento do Bolsa Família. De acordo com a pesquisa, 48,4% dos participantes entre 16 e 34 anos apoiam o benefício.
No grupo de pessoas entre 35 e 44 anos, o percentual é de 37,5%, enquanto que na ala de pessoas acima de 45 anos o total é de 38,4%.
Os dados mostram que os índices dos que aprovam o programa nas classes econômicas A e B, e nas C, D e E, são semelhantes. No primeiro, 41% concordam; no grupo com poder aquisitivo menor, esse número é de 41,9%.