
Você já ouviu falar na “Dead Vagina Syndrome” (Sídnrome da Vagina Morta)? Um boato que circula nas redes sociais, especialmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, afirma que essa condição seria comum em mulheres que usam vibradores em excesso. Ou seja, com o tempo, o constante apelo para o brinquedo sexual faria com que o clitóris perdesse a capacidade de gerar o estímulo de prazer. Sendo assim, a vítima da suposta síndrome deixaria de ter orgasmos para sempre, o que causaria a “morte” da vagina.
Esse problema, na verdade, não existe na literatura médica e não passa de “fake news” (notícia falsa). De acordo com o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade Humana, o uso de vibrador por um tempo prolongado pode deixar a região íntima dormente, mas não gera nenhum dano futuro. “A sensibilidade volta ao estado anterior em poucas horas ou até no outro dia. É uma dormência temporária que não oferece risco algum. Mas, se a mulher partir para uma nova masturbação com o brinquedo ou para a penetração do parceiro logo depois de um orgasmo via vibrador, é óbvio que a sensação experimentada será reduzida”, comenta o especialista em entrevista para o portal Bol.
A única recomendação feita pelo psicólogo diz respeito ao tamanho do brinquedo sexual. Oswaldo lembra que vibradores muito grandes usados de forma constante podem causar pequenas feridas na parede interna da vagina. Com o tempo, o local que sofreu laceração pode gerar sensação de dor quando a mulher transar com o parceiro. Ainda assim, o especialista adverte que a masturbação feminina não causa perda de sensibilidade ou prazer a longo prazo.
Uma pesquisa realizada pela obstetra e ginecologista Mary Jane Minkin, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, descobriu que o vibrador possui efeitos benéficos para mulheres que estão no climatério (pós-menopausa). Conforme a cientista, com a redução da produção dos hormônios femininos, pode ocorrer atrofia vaginal, redução drástica da lubrificação, infecções no trato urinário, coceira e dores e sangramento durante o ato sexual. Mas, o uso frequente do brinquedo íntimo pode induzir ao aumento do fluxo sanguíneo e à maior lubrificação da vagina, com a consequente redução dos sintomas do climatério. (Encontro)