Mais uma criança vítima da tragédia em Janaúba, no Norte de Minas, morreu nesta quinta-feira (11). Gabriel Carvalho de Oliveira, de 5 anos, lutou pela vida por mais de 3 meses, desde o dia 5 de outubro do ano passado, quando o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, ateou fogo em seu corpo e começou a abraçar as crianças da creche Gente Inocente.
“Ele estava lutando bastante. Eu falei que um dia eu ia estar com meu filho brincando, mas não deu né. Ele agora vai virar um anjinho e brincar no céu”, lamentou Janiel Oliveira, 34, pai de Gabriel.
O menino é a 14º vítima da tragédia e a 10º criança a morrer. Funcionários da creche também foram vítimas da tragédia. Gabriel estava internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, e faleceu no início da tarde desta quinta. Uma professora da creche continua internada e, segundo a assessoria de imprensa do hospital, está estável.
Gabriel estava internado no Pronto Socorro com 90% do corpo queimado. O menino estava na sala de aula onde o vigia ateou fogo em seu corpo e começou a abraçar as crianças. Os pais dele trabalham em um supermercado da cidade e ficaram sabendo da tragédia enquanto estavam em horário de trabalho. O menino foi levado inicialmente para o hospital de Janaúba, mas depois precisou ser socorrido em estado grave para Belo Horizonte. A vítima deixou um irmão de 9 anos.
Conforme a Polícia Civil, o ataque foi premeditado por Damião que tinha fixação por crianças e transtornos mentais. Ele também morreu após a tragédia. Na casa em que ele morava, os investigadores encontraram mais galões de gasolina, e, em suas redes sociais, seu discurso denunciava um homem problemático.
Segundo o prefeito da cidade, Carlos Isaildon Mendes (PSDB), Santos era funcionário efetivo da prefeitura, havia tirado férias de três meses e não foi trabalhar nos últimos dois dias. Ele estaria de licença médica. No dia em que voltou para a creche provocou a tragédia.
No momento do ataque, em outubro passado, tinham 75 crianças na creche, e 17 funcionários trabalhavam no local